Paulo Rogério Rades, cpTICS
À medida em que novas mudanças, transformações e evoluções na relação e atenção ao paciente, seja isto devido as novas tecnologias que surgem, ou por novas recomendações mundiais, ou ainda pelas necessidades organizativas e econômicas, o Health Level Seven International (HL7) tem atingido mais do que os profissionais de TI.
O HL7 propicia um cenário impactante e propício para o uso significativo dos dados, seja para melhoria da usabilidade ou dos fluxos de trabalho.
Muitas publicações têm concluído que os ‘EMR’ não são eficazes. Se os EMRs, então, são somente um substituto do registro do atendimento em papel, por um registro em meio digital, os benefícios são muito poucos, além de se poder lê-los.
É com esta proposta que o HL7 atrai não só mais profissionais de TI, mas busca pelos profissionais de saúde como: médicos, enfermeiros, farmacêuticos, alergistas, alergologistas, imunologistas, terapeutas e etc, para que estes ampliem com seus conhecimentos e práticas, em domínios especialistas, como imunologia, alergologia, pediatria, cardiologia, genética, anestesiologia e dentre outros, para que assim se possam ser implementados sistemas de apoio a decisão, baseados em diversas e diferentes especialidades, trazendo aos EMRs maior valor além de boa leitura.
Então a medida que mais comunidades e profissionais estão abraçando e implementando o HL7, aprender no mínimo o básico sobre padrões é mais importante do que nunca, seja você um profissional de TI, saúde ou de áreas da administração.
O padrão HL7 v2 é vasto e exige dedicação e persistência daqueles que desejam se aprofundar e se tornarem profissionais em sua implementação.
Vamos a alguns conceitos fundamentais:
- O que é HL7?
A interoperabilidade ou o intercâmbio de dados sobre a saúde do paciente entre diferentes organizações, é visto atualmente como o “objetivo final de sistemas eletrônicos modernos e atuais em saúde”.
Um dos principais desafios para a interoperabilidade em saúde é definir padrões comuns para estruturar os dados e transportá-los entre os diferentes sistemas criados por diferentes fornecedores e organizações.
O HL7 International tem como missão a criação de padrões para a saúde, sido fundada em 1987. “O padrão HL7 foi criado e desde então tem sido amplamente adotado por fornecedores em todo o mundo.
- Qual é a diferença entre o HL7 versão 2 e o HL7 versão 3?
A versão HL7 v3 não é compatível com a versão HL7 v2. Enquanto a v2 fornece uma “estrutura negociada” entre as partes envolvidas no processo de intercâmbio de dados de forma que os desenvolvedores possam usar e se adaptarem facilmente, o HL7 v3 foi construído para ser um padrão rígido e que visa eliminar variabilidades e ambiguidades, num um esforço para melhorar a interoperabilidade semântica entre todos os usuários do padrão.
Do ponto de vista técnico, a estrutura típica da estrutura dos dados HL7 v2, usam “pipes” (|) e “hats” (^), enquanto o HL7 v3 é 100% baseado em XML.
Devido a uma grande base já implementada em HL7 v2, a adoção do v3 ainda é muito lenta em todo o mundo, onde mais de 90 por cento dos sistemas e aplicativos utilizam alguma forma de implementação em HL7 v2.
O HL7 v3 especifica tanto mensagens quanto a estrutura de documentos clínicos. Os documentos gerados em v3 são chamados de CDA, Arquitetura de Documentos Clínicos.
Enquanto o V3 para intercambio de mensagens não está na estratégia dos fornecedores e hospitais, os documentos CDA tem e estão sendo cada vez mais adotados em todo o mundo.
- O que são os segmentos Z?
Os segmentos “Z” acomodam e estruturam os dados clínicos ou administrativos de pacientes, dados estes que não estão previstos para uso em outros segmentos do padrão HL7 v2.x.
Essencialmente, é usado para intercambiar dados que não se enquadram nas definições padrão das mensagens do HL7. Os segmentos Z podem ser inseridos em qualquer tipo de mensagem HL7 v2. Eles também são uma das razões pelas quais o padrão HL7 é às vezes, chamado de padrão fora do padrão.
Literalmente não há limite de elementos de dados em um segmento Z, ou ao número de segmentos Z utilizados em uma mensagem HL7 v2.
- O que é uma mensagem ADT?
O tipo de mensagem HL7 v2 mais comumente usada é a de ADT, ou, mensagens de Admissão, Alta e Transferência que servem para o registro de dados demográficos e de visitas do paciente.
Normalmente estas mensagens são enviadas pelo Sistema de Informação Hospitalar (SIS), ou pelo aplicativo de registro de pacientes.
Estas mensagens também abastecem outros sistemas com informações importantes sobre o paciente como: quando o paciente foi admitido, transferido ou teve alta e ainda se algum dado demográfico do paciente foi alterado como: nome, seguro saúde, parente responsável, etc.
- O que é uma mensagem de ORM?
As mensagens de ORM são mensagens de ordem geral que contêm qualquer pedido de materiais clínicos, como, por exemplo, 500 ml de solução salina ou serviços como um exame de ECG ou um teste laboratorial.
As mensagens de ordem geralmente estão associadas a um paciente em particular, mas também podem ser usadas por um departamento para solicitar insumos e outros materiais.
A transmissão de mensagens de ORM ocorre entre a aplicação que ‘inputa’ a ordem (‘placer’) e a aplicação clínica (‘filler’) que responde a esta solicitação (ordem).
Normalmente, o profissional entra com esta solicitação ou pedido no SIS (Sistema de Informação Hospitalar) ou pelo CPOE.
Isso então funciona como o aplicativo “placer”. O sistema que recebe a mensagem do aplicativo SIS ou CPOE, normalmente é chamado de “filler” da ordem. (Aplicação que responde ao placer).
- O que é uma mensagem de ORU?
As mensagens de ORU, ou mensagens de relatório de observações, geralmente são as mensagens de resultado das observações solicitadas e são respondidas pelo aplicativo ‘filler’ ao aplicativo “placer” da mensagem de ORM.
Geralmente contêm informações e análises de procedimentos médicos, como os resultados de testes laboratoriais ou do departamento de radiologia.
As mensagens de ORU também podem ser usadas para vincular pedidos e resultados para acompanhamento clínico.
- Quais são os caracteres separadores em HL7 v2.x ?
Os caracteres de separação do HL7 v2 são conhecidos como delimitadores de mensagens ou caracteres de codificação especiais encondig characters.
Os caracteres separadores são definidos no início da mensagem HL7, no segmento MSH (cabeçalho da mensagem).
Um exemplo de segmento MSH com os caracteres separadores default do padrão HL7 é:
MSH | ^ ~ \ &
- | (Separador de campo: pipe ou barra vertical)
- ^ (Separador de componentes: circunflexo)
- ~ (Separador de repetição de campo: tio)
- \ (Caractere de escape: barra vertical para esquerda)
- & (Separador de subcomponente: e-comercial)
- <CR> (Carrige Return – separador de segmentos)*
Os caracteres separadores acima são os definidos pelo padrão e podem ser alterados desde que previamente acordado entre as partes envolvidas no intercambio dos dados.
*O caractere separador de segmentos, <CR> (carriage return, ASCII 13 ou HEX 0D), não pode ser alterado.
- Quais são as sequências de escape HL7?
O HL7 define quais caracteres são suportados para representar os caracteres “especiais” não suportados nas mensagens HL7 v2.
Estas sequências começam e terminam com o caractere de escape da mensagem, geralmente ” \ ” e contêm um caractere de identificação seguido ou não de mais caracteres”. O caractere de uso mais comum dessas sequências de escape, é o caractere de escape definido acima.
Pronto para aprender HL7?
Fale com a InterOpera e conheça nosso portfólio de Cursos, Capacitações e Treinamentos profissionalizantes.