POR QUE OS HIES FUNCIONAM COMO PLATAFORMA PARA MEDICINA DE PRECISÃO

Paulo Rogério Rades, cpTICS


 

Os custos com saúde continuam a aumentar, sendo agora, mais do que nunca, imperativo que soluções inovadoras estejam disponíveis para as organizações de saúde conterem estes gastos.

Paralelamente, é importante que os pacientes continuem a receber atendimento médico adequado e oportuno, seja para manter ou recuperar, seu melhor estado de saúde.

Para isto, os profissionais de saúde necessitam que as informações corretas sobre os pacientes estejam disponíveis no ponto de atendimento para poderem prestar-lhes cuidados precisos.

Infelizmente, em muitas organizações de saúde, as informações não fluem tão livremente quanto deveriam. Os clínicos enfrentam desafios ao acessar dados do prontuário eletrônico de saúde de um paciente (PEP), pois, os portais das organizações exigem logins diferentes, e, o acesso aos resultados laboratoriais e radiológicos para os pacientes podem ser difíceis de serem obtidos, ou mesmo, não estarem disponíveis.

Em muitas situações exames de imagens como os de raios X e exames de sangue acabam sendo prescritos repetidas vezes, aumentando o custo total dos cuidados de um paciente.

A duplicação de exames, que não são clinicamente indicados, também contribui significativamente para o crescente encargo financeiro das organizações de saúde, sendo isto, resultado de transferências incompletas de dados e informações dos registros eletrônicos de saúde entre sistemas incompatíveis de Prontuário Eletrônico (PEP).

É sabido que grande parte destes sistemas estão operando sobre infraestrutura antiga, e, os sistemas legados não são capazes de compartilhar informações.

Estes sistemas desconectados, são então, sobrecarregados com diferentes credenciais de acesso aos vários portais, impedindo o compartilhamento e a troca de dados.

Outro ponto importante é que as redes de atenção à saúde possuem diferentes níveis, como os ambientes hospitalares agudos e as redes de atenção básica e primária, redes estas, que contêm e represam dados relevantes sobre a saúde da população que poderiam ser incorporados em um registro eletrônico de saúde longitudinal, o tornando muito mais abrangente.

As muitas evoluções e melhorias nas tecnologias da informação e comunicação em saúde estão mudando e permitindo que as organizações de saúde obtenham melhores conexões, e assim, permitir a coleta e processamento de grandes quantidades de informações digitalmente.

A coleta e o intercâmbio de dados de saúde são cruciais para o efetivo gerenciamento individual dos pacientes bem como da saúde populacional, fornecendo informações e dados básicos para a efetiva prescrição de medicamentos e um atendimento personalizado.

A mudança global do setor de saúde para um atendimento mais personalizado exige que todos os tipos de dados, sociais e de saúde, sejam coletados, processados e apresentados de maneira organizada e significativa garantindo que os profissionais de saúde obtenham todas as informações que necessitam e isto garante que suas decisões durante o atendimento sejam embasadas em uma visão holística do paciente.

A troca de informações de saúde através dos HIEs (Health Information Exchange), ou plataforma de dados de saúde, é fundamental para que os integrantes destas redes ou plataformas, acessem registros eletrônicos de saúde do paciente mais completos e atualizados.

Os HIEs permitem a troca segura de dados do paciente entre organizações de saúde diversificadas e não relacionadas pelos sistemas de registro eletrônico de saúde que implementam e seguem os padrões de interoperabilidade aceitos pelo setor.

Isto garante o acesso a dados de saúde a partir de fontes de dados clínicos diferentes que, de outra forma, seriam difíceis ou impossíveis de serem acessados pelos médicos.

O HIE captura dados de uma variedade de fontes, os reúne e os consolidam para fornecer um registro mais completo para que os médicos possam visualizar os cuidados que o paciente recebeu nos mais diferentes momentos de sua vida.


Um HIE permite:

  • As terminologias clínicas servem como base para os registros eletrônicos em saúde e beneficiam os pacientes com a melhoria da qualidade do atendimento e secundariamente, com melhor custo-efetividade.
    • A capacidade de apresentar mais informações sobre um paciente permite uma imagem mais clara e fornece melhor contexto para os médicos, permitindo que tomem decisões mais bem informadas sobre o(s) tratamento(s) e os cuidados a serem indicados.
    • A troca de informações ocorre de duas maneiras, sendo que os médicos, também estão enviando informações críticas ao sistema, para que outros profissionais de saúde que possivelmente venham precisar destas informações posteriormente.
  • Melhores resultados de saúde
    • O compartilhamento seguro de informações de saúde resulta na prestação de cuidados mais eficientes, fornecendo planos de cuidados mais precisos para os pacientes elevando a segurança.
    • Com um conjunto mais completo de informações sobre um paciente, uma visão mais aprofundada de sua história médica ou familiar pregressa é vista, permitindo a antecipada identificação de seus problemas de saúde e assim, criar oportunidades para intervenções antes que este atinja um estágio mais grave.
  • Melhor comunicação por todo o ecossistema de saúde
    • Globalmente os registros médicos de muitas pessoas ainda estão em papel. Acessar informações eletronicamente por meio de uma solução HIE permite que os profissionais de saúde compartilhem e atualizem informações com muito mais facilidade do que no papel.
    • Isto reduz a carga de trabalho administrativo do profissional clínico permitindo melhor colaboração interna e/ou externa das organizações de assistência médica.
    • Coletar todas estas informações sobre a saúde de um paciente é um desafio, mas que tem significativo potencial para transformar o futuro da saúde.
    • Estes dados são desde imagens de raios-X, referências enviadas por fax, resultados laboratoriais e até dados de exames genômicos.
    • Os dados de saúde são singularmente complexos, pois são gerados em muitos diferentes formatos, dificultando sua coleta e processamento pelos sistemas de registros eletrônico de saúde.
  • Reduzir o custo total dos cuidados de saúde
    • Um dos objetivos dos HIEs é de reduzir o custo total da prestação de cuidados de saúde de alta qualidade e o custo com exames médicos duplicados e/ou desnecessários.
    • Os HIEs disponibilizam os dados em um formato comum e de forma segura, através do registro eletrônico de saúde completo do paciente, estando este disponível quando e onde for necessário, para facilitar e melhorar a assistência médica.
    • Os médicos podem visualizar imagens e exames laboratoriais de diferentes provedores, criando um registro de saúde relevante. Isto impede que estes exames sejam refeitos sem necessidades, reduzindo os custos das organizações de saúde e a jornada do paciente.
    • Além da coleta e troca de informações, as organizações de saúde que implementam HIEs continuam aproveitando as informações e aplicando análises para revelar insights significativos.
    • Somente quando os dados estão organizados e são acessíveis, estes podem ser usados para melhorar a compreensão sobre a saúde de um paciente, ou de uma população como um todo, razão pela qual o HIE se torna uma plataforma fundamental para a medicina de precisão.
    • A capacidade de um HIE agregar os diferentes tipos de dados de saúde e a partir de uma variedade de fontes, organizá-los e apresentá-los de maneira significativa facilita análises para extrair insights que auxiliem os profissionais de saúde.
    • Os modelos de aprendizado de máquina podem ser aplicados aos dados dentro de um HIE, categorizando e estruturando dados para revelar padrões e prever problemas de saúde de/ou entre populações.
    • Os médicos são capazes de reconhecer estes padrões permitindo-lhes identificar proativamente e gerenciar pacientes em risco, mantendo pacientes fora dos cuidados agudos sempre que possível, economizando preciosos recursos financeiros.
    • Um exemplo de HIE de sucesso é o Keystone Health Information Exchange (KeyHIE®), na Pensilvânia, nos Estados Unidos. O KeyHIE atende a mais de 5,8 milhões de pacientes conectando diversas organizações. Este HIE está fornecendo melhor atendimento, disponibilizando melhores informações.


 

Interoperabilidade

O QUE SÃO TERMINOLOGIAS CLÍNICAS?

O QUE SÃO TERMINOLOGIAS CLÍNICAS? Paulo Rogério Rades, cpTICS Terminologias clínicas são vocabulários estruturados que definem conceitos complexos para doenças, cirurgias, tratamentos, medicamentos, profissões, locais,

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